Austríaca Marlene Engelhorn, de 31 anos, planeja selecionar aleatoriamente 50 pessoas para ajudá-la a decidir como distribuir cerca de US$ 27 milhões (133 milhões de reais) de sua fortuna.
Segundo a revista Forbes, a herança de Friedrich Engelhorn, fundador da empresa química e farmacêutica alemã BASF, era em torno de R$ 20 bilhões de dólares. Após a morte de sua avó, Marlene herdou o montante.
Antes mesmo do falecimento em 2022, a austríaca já havia manifestado a intenção de doar aproximadamente 90% da herança.
Como funciona a seleção
Na última quarta-feira, 10, foram enviados pelo correio 10 mil convites destinados a cidadãos austríacos aleatórios de diferentes classes, faixas etárias e ocupações.
Aqueles interessados em participar da iniciativa de Engelhorn podem realizar a inscrição online ou por telefone.
Dentre os 10 mil austríacos, serão selecionados 50 para integrar um conselho responsável por tomar as decisões do que fazer com o valor, além de 15 membros suplentes para eventuais desistências.
Eles participarão de uma série de reuniões que ocorrerão em Salzburgo com acadêmicos e organizações da sociedade civil, de março a junho deste ano.
As reuniões serão acessíveis, oferecendo serviços como creches, transportes e intérpretes conforme necessário, além de 1.200 euros para cada participante por cada fim de semana que estiverem presentes.
Motivos de Marlene para doar a herança
Marlene afirma à BBC que recebeu a fortuna sem ter feito "nada por isso" e destaca que o Estado nem mesmo irá cobrar impostos sobre o montante.
"Se os políticos não fazem o seu trabalho e não redistribuem a renda, então eu mesma terei de redistribuir a minha riqueza", disse.
"Muitas pessoas lutam para sobreviver com um emprego e pagam impostos sobre cada euro que ganham com o trabalho. Vejo isso como um fracasso da política e, se a política falhar, os próprios cidadãos terão de lidar com isso", completou.
Marlene Engelhorn acredita que distribuir uma parte de sua herança para as 50 pessoas é um "serviço à democracia" ."Não tenho direito de veto", disse ela. "Estou colocando meus bens à disposição dessas 50 pessoas e depositando nelas minha confiança.”
Em 2008, a Áustria aboliu o imposto sobre heranças. O assunto continua sendo controverso, com os social-democratas da oposição defendendo a reintrodução da cobrança.
Fonte: O Correio 24h
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