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Epidemia de dengue afeta 25 cidades baianas

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A epidemia de dengue já é realidade em 25 municípios baianos do Sul, Extremo-Sul, Sudoeste e Centro-Leste há pelo menos quatro semanas, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Entre as localidades mais afetadas, estão Itapé, Lençóis, Vereda, Condeúba e Piripá. Outras cidades da Bahia, apesar de não se encontrarem em situação epidêmica, também apresentam alta no número de ocorrências da doença este ano. 


Isso porque, de primeiro de janeiro a 11 de abril, foram registrados 14.561 casos prováveis de dengue no estado. No mesmo período de 2022, o número de pacientes com possível diagnóstico do vírus ficou em 13.381, o que representa um aumento de 8,8%. 


A epidemia acontece quando há um aumento no número de casos em diversas localidades, sem atingir a escala global. Segundo o epidemiologista Eduardo Netto, é importante diferenciá-la do surto, normalmente utilizado para classificar crescimento mais localizado.


Com incidência igual ou superior a 100 casos por 100 mil habitantes, 98 municípios baianos notificaram a Sesab em relação ao avanço de dengue. Contudo, foram 25 municípios que sinalizaram situação de epidemia. 


São eles: Itapé, Porto Seguro, Lençóis, Maracás, Condeúba, Novo Horizonte, Ibipitanga, Jussari, Uruçura, Érico Cardoso, Iraquara, Dom Basílio, Mirante, Ituberá, Brejolândia, Macaúbas, Paramirim, Itagi, Buerarema, Barra do Rocha, Jandaíra, Governador Mangabeira, Rafael Jambeiro, Candiba e Andaraí, todos com boom de infectados desde março. 


De acordo com Eduardo Netto, a epidemia de dengue está muito relacionada com a estação chuvosa, que potencializa o crescimento do vetor da doença, o Aedes aegypti. “Nas regiões mais afetadas da Bahia, há um aumento do regime de chuvas que já é esperado. Mas estamos vendo agora crescimento muito grande. Há possivelmente baixa mobilização ou conscientização das pessoas quanto às medidas de prevenção e de atividades de combate ao mosquito transmissor”, analisa. 


Sem ‘fumacê’


Na Bahia, um dos inseticidas usados no combate ao Aedes aegypti, comum nos chamados ‘fumacês’, está em falta desde julho de 2022. Até o final de março, o estado tinha apenas 43 litros do produto, eficaz usado para matar os mosquitos adultos. 


Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde, que deveria enviar o inseticida para os estados, informou que até o final de abril uma nova remessa deve ser enviada. Afirmou ainda que todos estados do país estão abastecidos com três tipos diferentes de inseticidas para o controle do Aedes aegypti.  


O produto usado no fumacê está em falta devido à ausência da imidacloprida combinada à praletrina, substâncias usadas em áreas com alta incidência de dengue. O Ministério da Saúde, que instalou no dia 15 de março o Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para atuar no controle e redução de casos graves de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, lembrou que as atividades de controle vetorial precisam ser desenvolvidas de forma integrada. 


A recomendação da pasta foi endossada pelo epidemiologista Eduardo Netto, que frisou ainda que o fumacê tem uso bastante controverso. “Ele só é utilizado para casos muito específicos, em área restrita, e de forma transitória. Possui uma ação geral contra outros insetos, ou seja, é inespecífico, o que pode criar um desequilíbrio ecológico. O melhor é intensificar as visitas às residências e a conscientização da população quanto aos criadouros”, orientou. 


No que tange às medidas individuais, a infectologista Clarissa Cerqueira elencou opções para evitar o Aedes aegypti, como o uso de repelentes para pele, tecidos e tomadas, que podem afastar os mosquitos em ambientes fechados. “É bom evitar também roupas muito escuras, usar perfumes e hidratantes com cheiro forte, principalmente no início da manhã e no fim da tarde, que é quando o mosquito faz o repasto sanguíneo”, completa. 


Chikungunya avança em Itabuna


A dengue não é a única arbovirose que tem emitido alerta nos municípios baianos. Em quatro meses, Itabuna tem quase todo o total dos casos de chikungunya registrados em 2022. Do primeiro dia de janeiro até 17 de abril de 2023, 615 casos foram notificados, 515 deles confirmados na cidade do Sul da Bahia. 


Em todo ano passado, houve 888 casos notificados, sendo 581 comprovados, pouco mais do total dos quatro primeiros meses de 2023. De acordo com a prefeitura de Itabuna, após o alerta emitido em janeiro, as ações desenvolvidas pela Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde fizeram recuar os índices de infestação predial.  


Desde então, tem sido tomadas medidas emergenciais, como ações de bloqueio focal pelos agentes de combate a endemias, com visitas, supervisão e mutirões nos bairros. Além disso, há um trabalho de educação sanitária e ambiental com as comunidades, diz a prefeitura da cidade. 


A chikungunya é uma arbovirose transmitida pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes, o mesmo da dengue. Os sintomas incluem febre, dores intensas nas articulações, costas e cabeça, além de erupções avermelhadas na pele. 


Atendente em uma loja, Isis Rocha, de 22 anos, conta que os primeiros sinais da chikungunya em seu corpo foram as dores. “Parecia que eu tinha fraturado a coluna, só que não liguei. Quando foi mais tarde, só queria deitar. Daí veio febre, dor de cabeça e atrás dos olhos”, recorda. Diferente da dengue, a doença costuma provocar sequelas graves e duradouras de ordem ortopédica e reumática.


Sinais que indicam alerta para casos mais graves


A auxiliar de cozinha Ana Claudia de Jesus, de 38 anos, viveu momentos de apreensão há algumas semanas, quando começou a sentir dores no corpo e dor de cabeça. Moradora de Maracás, localizada no Centro-Sul da Bahia, ela relata ter tido dificuldade para identificar que tinha sido acometida pela H1N1, uma vez que a cidade enfrenta uma epidemia de dengue e de gripe. Dias depois, a dúvida surge novamente, desta vez, com sua filha.


“Já faz duas semanas que as pessoas começaram a adoecer com o diagnóstico de dengue e gripe em Maracás. Eu fui internada, voltei para casa e minha menina agora está doente, com febre, garganta inflamada e parece que o remédio não faz efeito. Fica a dúvida se é dengue ou gripe”, afirma.


A infectologista Clarissa Cerqueira elenca os sinais de alerta que indicam a possibilidade de evolução para um quadro grave de dengue. Eles incluem sangramento de mucosas - nariz, boca e gengiva -, mas ressalta características que podem passar despercebidas. 


“Uma paciente que está com a menstruação muito mais intensa do que o normal, uma pessoa muito irritada ou muito sonolenta, com vômitos persistentes e com dor abdominal intensa e contínua, além de pressão muito mais baixa, possuem sinais de alarme para dengue e precisam ficar de olho”, alerta Clarissa. 


Ela acrescenta que esses sinais de alarme são definitivos no diagnóstico da dengue dos tipos A, B, C e D. A especialista aponta que os pacientes com os tipos A e B não apresentam riscos altos, ao contrário do C. Já o D é considerado o  mais grave. Para os dois últimos, a recomendação imediata é a internação hospitalar.


O Correio 24h

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela 

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